#Eu faço psicologia: Dica de livro - A Psicanálise dos contos de fadas
18:22
Oi, gente! Depois deste espaço sem postagens, voltei com uma resenha super legal, um livro que demorei muito para ler, pois quis absorver cada capítulo. Trata-se da obra de Bruno Bettelheim, psicólogo infantil austríaco que estuda o marco dos contos de fadas na psique das crianças.
Eu sou suspeita para falar sobre este livro, afinal, amo contos de fadas e o universo da psicanálise. Ler algo que unia ambos, ou melhor, apontava o quanto os contos afetam todos os níveis de nossa psique foi de um prazer indescritível.
O livro é composto de capítulos divididos em duas partes; a primei intitulada de "Um punhado de magia" traz alguns conceitos importantes para a leitura, além de uma interpretação ou melhor, um estudo, de alguns contos; já a segundo parte, "No país das fadas", cada conto tem um capítulo só para apresentar seu verdadeiro significado.
Primeiro, antes de fazer um resumo básico e apontas minhas opiniões sobre a obra, não posso deixar de introduzir propriamente o livro:
Volte um pouco à sua infância. Quais eram seus contos favoritos? Qual personagem você gostaria de ser? Qual personagem você odiava? São questões simples, mas que podem dizer muito sobre seu eu infantil e sua personalidade. Lendo hoje os contos que sempre fui apaixonada, não posso negar um certo desapontamento pelo conteúdo que, ao meu ver e interpretar adulto, muitas vezes apresenta crueldade, machismo, violência, dentre outras coisas intoleráveis social e moralmente falando. Porém, não posso negar que de algumas forma esses contos (os mesmos que apresentam crueldade, machismo e violência) encantam crianças de todos os tipos. O que será que tem de tão especial deles?
Pois bem, a linguagem dos contos, e aqui me refiro aos clássicos pois esta linguagem aos poucos se perde nos contos atuais, é mágica. E pouco provavelmente a criança absorverá aquilo como real ou possível, a própria introdução "Era uma vez, num reino distante" indica um tempo de outrora, um lugar que não aqui e agora, e a criança pode muito bem compreender isto. A realidade apresentada nele não se trata do mudo exterior, mas sim dos acontecimentos interiores que ocorrem com todas crianças.
Os pais morrem de medo que os filhos venham a perder a noção de realidade, ou que os identifiquem como bruxas e madrastas? Independentemente do motivo do medo, a real é que depositando a raiva nessas bruxas, madrastas e monstros, a criança sente-se melhor em relação aos pais. E Bruno Bettelheim diz exatamente como.
Com o livro é possível entender porque os contos de fadas são tão queridos para as crianças e continuam sobrevivendo ao tempo e as tecnologias, sua contribuição para o desenvolvimento da criança encontra-se no emocional, proporcionando realizar a fantasia, o escape, a recuperação e o consolo.
Não irei me estender sobre o conteúdo em si do livro. Não quero estragar o prazer de conhecer através das palavras de Bettelheim o significado por de trás de cada conto, seu valor nos níveis inconsciente, pré-consciente e consciente. Limito-me a indicar MIL VEZES (usei caixa alta) este livro, independentemente da sua área de formação ou se gosta ou não de contos de fadas.
*SPOILER ALERT*
Só para entender melhor o conteúdo, irei citar o meu favorito: Chapeuzinho Vermelho, apenas uma das diversas questões do conto. O lobo não morrer quando sua barriga é cortada e seus órgãos retirados, e sim afogado, está relacionada a cesariana. Uma criança imaginar que o lobo morreu por causa de uma operação similar ao parto, seria assustador. Isso para mim fez todo o sentido. Eu sempre tive muito medo da ideia do parto, e sabendo que este era o conto que eu mais gostava, consigo supor que o motivo era justamente abordar um assunto que eu temia. É claro que nem todos são simples e fazem todo o sentido prontamente. Muitos ainda estou absorvendo. Mas todos são super interessantes e possuem um bom embasamento, inclusive Bettelheim teve o cuidado de inserir casos que explicam melhor sua tese, além de notas para entender melhor algum conto ou expressão.
Respondam as perguntas que eu deixei no comecinho da resenha, sobre seus contos e personagens favoritos, adoraria conhecer seus medos e interesses infantis. haha
A Psicanálise dos Contos de Fadas é inconsciente, é psicanálise, é psicologia!
Eu faço psicologia é uma sequência de posts onde cito alguma série, livro ou filme com referências à psicologia, com intuito acadêmico de exercitar conteúdos da graduação, mas também de entreter o leitor com uma análise diferente. Gostaria de influenciar outras blogueiras a fazerem o mesmo com suas áreas de graduação, uma boa forma de exercitar o que aprendemos e divulgar o curso.
Em A psicanálise dos contos de fadas, Bruno Bettelheim faz uma radiografia das mais famosas histórias para crianças, arrancando-lhes seu verdadeiro significado. O autor mostra as razões, as motivações psicológicas, os significados emocionais, a função de divertimento, a linguagem simbólica do inconsciente que estão subjacentes nos contos infantis.
Eu sou suspeita para falar sobre este livro, afinal, amo contos de fadas e o universo da psicanálise. Ler algo que unia ambos, ou melhor, apontava o quanto os contos afetam todos os níveis de nossa psique foi de um prazer indescritível.
O livro é composto de capítulos divididos em duas partes; a primei intitulada de "Um punhado de magia" traz alguns conceitos importantes para a leitura, além de uma interpretação ou melhor, um estudo, de alguns contos; já a segundo parte, "No país das fadas", cada conto tem um capítulo só para apresentar seu verdadeiro significado.
Primeiro, antes de fazer um resumo básico e apontas minhas opiniões sobre a obra, não posso deixar de introduzir propriamente o livro:
Volte um pouco à sua infância. Quais eram seus contos favoritos? Qual personagem você gostaria de ser? Qual personagem você odiava? São questões simples, mas que podem dizer muito sobre seu eu infantil e sua personalidade. Lendo hoje os contos que sempre fui apaixonada, não posso negar um certo desapontamento pelo conteúdo que, ao meu ver e interpretar adulto, muitas vezes apresenta crueldade, machismo, violência, dentre outras coisas intoleráveis social e moralmente falando. Porém, não posso negar que de algumas forma esses contos (os mesmos que apresentam crueldade, machismo e violência) encantam crianças de todos os tipos. O que será que tem de tão especial deles?
Pois bem, a linguagem dos contos, e aqui me refiro aos clássicos pois esta linguagem aos poucos se perde nos contos atuais, é mágica. E pouco provavelmente a criança absorverá aquilo como real ou possível, a própria introdução "Era uma vez, num reino distante" indica um tempo de outrora, um lugar que não aqui e agora, e a criança pode muito bem compreender isto. A realidade apresentada nele não se trata do mudo exterior, mas sim dos acontecimentos interiores que ocorrem com todas crianças.
Os pais morrem de medo que os filhos venham a perder a noção de realidade, ou que os identifiquem como bruxas e madrastas? Independentemente do motivo do medo, a real é que depositando a raiva nessas bruxas, madrastas e monstros, a criança sente-se melhor em relação aos pais. E Bruno Bettelheim diz exatamente como.
Com o livro é possível entender porque os contos de fadas são tão queridos para as crianças e continuam sobrevivendo ao tempo e as tecnologias, sua contribuição para o desenvolvimento da criança encontra-se no emocional, proporcionando realizar a fantasia, o escape, a recuperação e o consolo.
Eles (os contos de fadas) desenvolvem na criança a capacidade de fantasiar; fornecem-lhe escapes necessários falando a seus medos internos, a suas ansiedades e seus ódios, seja para vencer a rejeição (como em “João e Maria”), ou para enfrentar os conflitos edípicos com a mãe (como em “Branca de Neve”), seja para se portar diante da rivalidade com irmãos (como em “Cinderela”), ou dos sentimentos de inferioridade (como em “As Três Penas”).
Não irei me estender sobre o conteúdo em si do livro. Não quero estragar o prazer de conhecer através das palavras de Bettelheim o significado por de trás de cada conto, seu valor nos níveis inconsciente, pré-consciente e consciente. Limito-me a indicar MIL VEZES (usei caixa alta) este livro, independentemente da sua área de formação ou se gosta ou não de contos de fadas.
*SPOILER ALERT*
Só para entender melhor o conteúdo, irei citar o meu favorito: Chapeuzinho Vermelho, apenas uma das diversas questões do conto. O lobo não morrer quando sua barriga é cortada e seus órgãos retirados, e sim afogado, está relacionada a cesariana. Uma criança imaginar que o lobo morreu por causa de uma operação similar ao parto, seria assustador. Isso para mim fez todo o sentido. Eu sempre tive muito medo da ideia do parto, e sabendo que este era o conto que eu mais gostava, consigo supor que o motivo era justamente abordar um assunto que eu temia. É claro que nem todos são simples e fazem todo o sentido prontamente. Muitos ainda estou absorvendo. Mas todos são super interessantes e possuem um bom embasamento, inclusive Bettelheim teve o cuidado de inserir casos que explicam melhor sua tese, além de notas para entender melhor algum conto ou expressão.
Respondam as perguntas que eu deixei no comecinho da resenha, sobre seus contos e personagens favoritos, adoraria conhecer seus medos e interesses infantis. haha
A Psicanálise dos Contos de Fadas é inconsciente, é psicanálise, é psicologia!
10 comentários
Eu sempre fui encantada por assuntos relacionados a psicologia. Minha mãe sempre me disse que eu deveria ter escolhido essa profissão assim eu entenderia minha loucura haahaha. Acho que no fim das contas ela tinha razão.
ResponderExcluirAmei a dica de livro! Lendo seu post acabei ficando doida pra comprar ele!
http://www.blogcarolnm.com.br
Caraaaamba! Muito interessante. A psicologia é muito linda e eu adoraria cursar um dia!
ResponderExcluirxox
Próxima Primavera
Minha nossa, que post maravilhoso!
ResponderExcluirNunca pensei nos contos de fada dessa maneira, tudo tem um porquê né? Lendo sobre o que você escreveu da 'Chapeuzinho Vermelho' fez todo o sentido pra mim, também sempre morri de medo de partos, é bom ler esses contos com um outro olhar né? Jamais pensaria dessa maneira.
Gostei muito da dica e já anotei o nome do livro pra procurá-lo. Achei muito interessante!
Sempre gostei muito de A Bela e a Fera, sempre foi meu conto de fada preferido! Preciso ler esse livro pra saber o que pensar dessa história rs
Parabéns pelo post.
Um beijo, Bá.
http://cafecomlivrosblog.blogspot.com.br
Parece ser muito interessante, principalmente para quem adora os contos de fadas :D
ResponderExcluirhttp://www.sweetexpected.com.br/
Gente esse livro é a cara do meu noivo, ele sempre fala dos contos de fadas contados pelos irmãos Grimm e ele falar de como é a mensagem por trás da história fofinha que eu vejo nos filmes da Disney, tenho certeza que ele como estudante de psicologia iria amar ler essa essa analise! Já eu não sei bem se faz meu estilo, mas vou anotar a dica porque será um presente incrível!
ResponderExcluirBeijos
Dani Cruz
www.blogemcomum.com.br
Sim! Adoro esse estilo de livro. Preciso ler urgente.
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Gente, eu fiquei doidinha nesse livro! A Bela e a Fera é sem dúvidas meu conto favorito, mas não tenho um personagem que eu gostaria de ser ou que eu odeio. Juro que deu vontade de comprar. Tenha um dia abençoado, beijos!
ResponderExcluirBlog Paisagem de Janela
paisagemdejanela.blogspot.com.br
deve ser super interessante esse livro!
ResponderExcluirxoxo
Guria do Século Passado
Tenho me interessado muito em psicologia nos últimos meses e lido muito sobre o assunto.
ResponderExcluirGostei bastante dessa resenha.
Beijos
http://orangelily.com.br/
Achei muito interessante esse livro, vou pesquisar sobre ele.
ResponderExcluirOs contos de fada são de fato algo muito interessante, e quando buscam o verdadeiro significado deles então...nem se fala.
Beijoos
teattimee.blogspot.com.br
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